quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Entre o Convento e o Mundo

Houve na história cristã um grande momento quando os cristãos criaram os monastérios, o primeiro foi criado por um monge chamado Bento de Núrsia.
O princípio era a partir de um pensamento muito interessante: o tempo dedicado à busca de Deus em orações e leitura da palavra e a separação do "mundo" materializado nas cidades, proporcionaria um ambiente perfeito para uma vida ungida e separada para glória de Deus. O entendimento era de que assim se poderia ouvir melhor a voz de Deus e por assim ser, servir melhor, se santificar com mais propriedade.
Possivelmente, foi a partir daqui que as cidades, ajuntamento de pessoas nas praças, ou lugares que não fossem templos, começaram a ser rotulados de mundanos, profanos e sem presença de Deus. Ao contrário, lugares distantes a estes, ou diferentes destes eram sagrados 'per si' e por assim dizer, eram santos e consagrados, capazes de fazer com os que estivessem ali fossem santos já por estarem ali, terem as roupas dali, falarem o linguajar do monastério e o corte de cabelo do monastério. Entre o convento (monastério) e o mundo estava fixado as determinações de presença e não presença do sagrado, do santo, e da santidade.
É interessante perceber que muitos anos antes disso, o nome pelo qual o cristianismo se sustenta, afirmou com ênfase e repetições que não é que se come, ou como se come, que nos torna puros (Mat. 15.18-20). Também fez distinções entre vestuários e posturas de santidade e oração, como o fariseu e o publicano no templo, ou simplesmente nos ensinamentos sobre a oração Mat. 6.
Quando em sua morte e ressurreição o véu do templo se rasga, as separações entre sagrado e profano se esvaem e não se tem mais condições de rotular puramente no lugar, na roupa, ou coisas do tipo o que é por si, sagrado e profano.

Entre o convento e o mundo o que realmente vale é a disposição do coração e a busca aplicada a viver no seguimento de Jesus, levando em conta seus ensinamentos e buscando com o obediência sua palavra e exemplo. Afinal, como afirma assertivamente Dietrich Bonhoeffer no seu livro Discipulado: "o obediente é o que realmente crê".
A partir disto, podemos estar dentro de conventos, igrejas, templos e rodas de conversas com palavreados santos: " A paz do Senhor Varão" e outros. Mas, se com nosso coração estamos distantes disso ou simplesmente desobedientes em características simples do evangelho, este estar não significa necessariamente a presença de Deus, manifestação dele ou qualquer tipo de santidade.
Pensemos bem, se nosso coração, mente e disposição estão voltados realmente ao Senhor e se nossa prática demonstra a obediência e crença na palavra e pessoa de Cristo.
O convento e o mundo não vão fazer muita diferença...
Pensemos..

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