sábado, 29 de janeiro de 2011

A morte sempre está presente para o Além

Ao sermos gerados tudo se resume a uma placenta, no útero materno. Durante nove meses (ou menos) essa é a nossa vida, nosso mundo, nossa alimentação, nossa casa e forma de viver. Somos dependentes dos alimentos dados pelo corpo materno, e nos acostumamos a ele sem sentir falta de nenhum outro.
Para chegarmos ao estilo de vida que temos aqui fora, é preciso uma grande crise e um grande sofrimento. Aquela forma de vida que tínhamos tem que morrer, pois o espaço se reduz gradativamente, não nos sendo tão confortante. Nos sentimos apertados e incomodados com as proximidades  e os limites tão próximos a nossas mãos e pés. Nossa pele começa a descascar avisando que já é hora de mudar.
Com muito sufoco e empurrões conseguimos sair por um lugar estreito, sem ao menos ter idéia da necessidade desse sofrimento. Também não temos noção do que nos espera: não sabemos que vamos passar a sentir calor, que saberemos o que é um abraço, e que iremos degustar sabores em nossa boca; Do espaço que teremos, das cores que veremos e dos amores que experimentaremos. Mas a morte daquela forma de vida era necessária para desfrutarmos de tudo isso.
Comumente vemos a morte como o fim de todas as expectativas que temos em vida. Ela frustra, acaba, literalmente “mata” com tudo o que achamos ser bom e suficiente para vivermos e sermos felizes. Mas talvez, quem sabe, essa também seja uma outra forma de placenta a qual estamos vivendo, e sendo assim, as palavras do novo testamento sobre a Vida Eterna terá nova perspectiva em nosso olhar. Afinal, assim como não tínhamos noção da beleza e da imensidade que havia nessa vida extra-uterina, também não temos ideia de quão magnífica seja uma nova realidade preparada pelo Pai: A vida Eterna.
E a morte? Sempre será necessária e estará presente para algo Além.

Deus nos ilumine,
Joaze Lima, pr.

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